Acauã é flagrado predando coral-verdadeira em Tapiraí, no interior de SP
04/12/2025
(Foto: Reprodução) Acauã é flagrado predando coral-verdadeira em Tapiraí, no interior de SP
A observadora de aves e fotógrafa de vida selvagem, Jéssica Campos, registrou um momento de predação selvagem em Tapiraí (SP). Enquanto passarinhava por uma tradicional pousada de observação da cidade, ela acompanhava um acauã (Herpetotheres cachinnans) pousado em uma árvore quando, de repente, a ave voou e retornou com uma coral-verdadeira (Micrurus corallinus) nas garras.
“Eu já estava observando o acauã descansando, provavelmente à espera de uma presa. Acompanhei alguns voos e, quando ele voltou para a árvore, estava com a cobra entre as garras”, relata Jéssica.
“É um privilégio presenciar uma cena tão íntima da natureza. É uma mistura de fascínio e respeito. Cada espécie cumpre um papel essencial e esses comportamentos, por mais duros que pareçam, mantêm o equilíbrio do ecossistema. A vida selvagem é imprevisível e surpreendente”, completa a observadora.
Predador especializado
Aves como o acauã possuem adaptações comportamentais e morfológicas que permitem a predação de serpentes, inclusive as peçonhentas.
O acauã alimenta-se principalmente de cobras, das quais tornou-se famoso exterminador
Jéssica Campos
“Elas adotam o comportamento de sentar e esperar, observando até o momento ideal para atacar. O bote é sempre certeiro no pescoço para evitar a defesa da serpente, seja ela venenosa ou não. Suas garras são longas e muito afiadas, feitas para segurar o animal firmemente”, explica o herpetólogo Will Pessoa.
Segundo ele, após capturar a presa, é comum que essas aves levem o alimento para locais mais altos, onde possam consumi-lo com segurança.
Coral-verdadeira
De cores vivas, os anéis vermelho, preto e branco tornam a cobra-coral uma das serpentes mais conhecidas. A dificuldade para se camuflar dificulta os acidentes com a espécie, ponto positivo já que o veneno é um dos mais ativos no ser humano.
Acauã predando coral-verdadeira na Trilha dos Tucanos
Jéssica Campos
A dúvida quanto à identificação dos indivíduos, porém, é um problema. Isso porque a distinção entre a coral-verdadeira e a falsa-coral é quase impossível de ser feita por leigos.
Para confirmar a identificação da serpente, o herpetólogo Will Pessoa analisou a imagem e destacou características típicas da coral-verdadeira. “Primeiro, a proporção da cauda: é mais curta. A falsa-coral costuma ter a cauda mais longa. Além disso, o padrão da cauda preta com dois anéis brancos é bem comum na espécie verdadeira”, explica
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