Após ventania e apagão em SP, Nunes volta a defender intervenção federal na Enel

  • 12/12/2025
(Foto: Reprodução)
Prefeito Ricardo Nunes defende intervenção federal na Enel de SP O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta sexta-feira (12), em entrevista à rádio CBN, a intervenção federal na concessionária Enel pela demora no restabelecimento da energia elétrica na Grande São Paulo após uma forte ventania. Pelo terceiro dia, a Região Metropolitana ainda tem mais de 700 mil imóveis às escuras, segundo o boletim publicado pela concessionária Enel às 11h. No pico, na quarta (10), o apagão atingiu 2,2 milhões de imóveis. O que a gente gostaria é que o governo federal fizesse a intervenção na Enel, começasse o processo de caducidade e iniciasse contratar, fazer a concessão com uma empresa que tenha a capacidade de atender as demandas de São Paulo. Procurada pela reportagem, a concessionária não se manifestou. Moradores do Grajaú, na Zona Sul, perdem tudo com o 3° dia sem energia em SP Mais tarde em coletiva de imprensa, Nunes afirmou que a Enel mente ao dizer que tem 1.500 equipes trabalhando para normalizar o serviço em São Paulo. “Não existe isso da Enel ter 1.500 equipe na cidade. Fosso afirmar categoricamente isso aqui na cidade não é verdade. Nós temos nesse momento 48 árvores que aguardam desligamento de energia para fazer a remoção [e eles não aparecem]”, declarou. A exemplo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito também defendeu uma intervenção na empresa. “Nós tivemos casos em 2023, 2024 e agora em 2025. E se essa empresa continuar, nós vamos continuar tendo casos em 2026, 27 e 28. A gente precisa conversar o governo federal que chegou no limite, que extrapolamos o limite pra que tenha uma intervenção nessa empresa e seja substituída por uma empresa que dê atendimento à população. Não é aceitável que a gente passe por isso, que tenha as pessoas sofrendo. E sabemos que não vai melhorar”. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12), no IDP. Reprodução/TV Globo “O ministro Alexandre Silveira tem defendido dessa tese de antecipação de renovação de contrato. Ora, se eles estão há 15 anos e não fizeram, é óbvio que não vai fazer. Se eles dizem que tem 1.500 equipes e não tem, é óbvio que não são confiáveis. Conversei hoje com o Tarcísio que me ligou, vários deputados federais. Chegou o momento de dar um basta e virar essa pagina. Colocar uma empresa que possa atender a população e não ficar todas as vezes nesse estado de calamidade e caos, com as pessoas sofrendo”. Briga antiga O prefeito de SP enfrenta uma queda de braço com a concessionária há algum tempo. Segundo ele, a prefeitura já entrou com três ações na Justiça de São Paulo e uma na Justiça federal questionando o serviço da Enel. "A concessão de energia é feita pelo governo federal, a concessão, a regulação e a fiscalização. Como essa empresa está sendo de um atendimento muito ruim na cidade, obviamente, nós temos que pedir ao governo federal que tire essa empresa daqui e traga uma outra empresa boa", afirmou. Na avaliação dele, a concessionária não tem condições de atender as demandas da cidade. O que nós estamos fazendo é essa pressão por uma empresa que, infelizmente, não tem tido condições de atender as demandas da cidade. (...) A gente sabe que cada vez que tiver um vento, uma chuva, nós vamos passar por isso. Então, a gente precisa deixar claro que essa empresa não tem como mais continuar em São Paulo. Demora Ele disse ainda que há uma falta de equipes da Enel, o que dificulta o reestabelecimento de energia elétrica e a remoção de 48 árvores que ainda estão caídas da cidade. Segundo Nunes, a informação fornecida pela Enel de que 1,5 mil equipes trabalham para resolver o problema na capital paulista não procede. Nesta quinta-feira (11), destacou, menos de 40 veículos estavam circulando pela cidade. "Nós pegamos os dados das placas dos veículos que a Enel diz que tem, colocamos no SmartSampa e essas placas não aparecem circulando em nenhum local da cidade de São Paulo", afirmou. Ricardo Nunes disse que notificou, por meio da Procuradoria-Geral do município, a Enel e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ventania em SP: Tarcísio diz que 'preocupa a velocidade de restabelecimento' da energia e Na quinta (11), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também já tinha criticado a lentidão no restabelecimento de energia na Grande São Paulo após a ventania que atingiu a região é preocupante e voltou a criticar a possibilidade de prorrogação do contrato da Enel com o governo federal. Até a última atualização desta reportagem, a Enel São Paulo não informou um prazo para normalizar o serviço. Ao comentar o impacto da ventania, Tarcísio disse que o problema principal é a baixa velocidade na recomposição da energia — e atribuiu parte das falhas à estrutura da própria distribuidora. "Você vê que plano de contingência às vezes não funciona. Ontem [terça-feira] começou a ventar de manhã, ventou até o início da noite, com rajadas de quase 100 km/h. [Houve] muito transtorno, queda de árvore, e a velocidade de restabelecimento se dá muito de acordo com automação e investimento”, afirmou. O governador afirmou que o estado "não pode ficar refém" da concessionária, criticou a quantidade de funcionários diante do número de imóveis afetados e defendeu a não manutenção do contrato. "A gente não pode ficar refém, não dá. Todo evento climático, nós vamos ter o mesmo problema. Qual é a previsibilidade? Quando que a energia vai ser restabelecida? As pessoas ficam dias sem restabelecimento. Pode ter certeza que esse restabelecimento completo vai levar alguns dias. A gente vai ver isso acontecer de novo, e a gente está falando isso sempre., disse Tarcísio. "A gente chegou a ter aí 2,2 milhões clientes sem energia. É um problema sério, nos preocupa a velocidade de restabelecimento. Por isso que a gente tem sido muito crítico à questão da prorrogação do contrato", completou. "Lá atrás, sugerimos para o Ministério de Minas e Energia e para a Agência Nacional de Energia Elétrica medidas regulatórias, o início do processo de caducidade, também a intervenção [do governo federal na Enel]", lembrou. Ao comentar o impacto da ventania, Tarcísio disse que o problema principal é a baixa velocidade na recomposição da energia — e atribuiu parte das falhas à estrutura da própria distribuidora. Reprodução Impasse O impasse entre Enel, governo federal, governo de São Paulo e Prefeitura de São Paulo gira em torno da renovação do contrato da distribuidora, que vence em 2028. A Enel quer prorrogar o acordo por mais 30 anos e aguarda a decisão do governo federal, responsável pela regulação e fiscalização do setor. Enquanto isso, o governo paulista e a prefeitura são contrários à renovação e apontam falta de investimentos, falhas recorrentes e lentidão no restabelecimento da energia durante eventos climáticos. Na quarta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou um ofício à Enel exigindo explicações sobre o desempenho da concessionária na recomposição da energia elétrica após o ciclone extratropical que atingiu a capital paulista e a região metropolitana. Centenas de voos são cancelados nos aeroportos de SP após vendaval Críticas à prorrogação do contrato O governador voltou a se posicionar contra a prorrogação antecipada do contrato da Enel, regulado pelo governo federal, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia (MME). Para ele, o modelo atual não estimula investimentos suficientes na rede. “É muito difícil para nós fazermos algo além do que já estamos alertando há muito tempo. É um contrato muito antigo, com facilidade para alcançar determinados indicadores, e que precisa de muito investimento para tornar a rede mais automatizada”, disse. Tarcísio afirmou que o estado já havia sugerido ao governo federal medidas como intervenção, abertura de processo de caducidade ou outras ações regulatórias para garantir que a concessionária invista mais em automação, tecnologia e capacidade operacional. O governador reforçou ainda que, na visão dele, a área de concessão da Enel é grande demais para uma única operadora. Segundo ele, o contrato merecia ser "quebrado em dois", para que pudesse ter mais facilidade de realização de investimentos, com mais potência em tecnologia e equipes. Segundo ele, por isso o governo paulista critica as iniciativas de prorrogar o contrato sem antes revisar o modelo. “Todo ano agora tem grande evento climático com ventos muito fortes. Precisamos modernizar a rede porque isso será cada vez mais comum.” Árvore cai na avenida Fábio Prado, na Chácara Klabin, e atinge um carro. Arquivo pessoal

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/12/12/apos-ventania-e-apagao-em-sp-nunes-defende-intervencao-federal-da-enel.ghtml


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