As quatro avenidas que moldaram Presidente Prudente: história, crescimento e desafios urbanos
15/09/2025
(Foto: Reprodução) As quatro principais avenidas: conheça a história de Presidente Prudente
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Uma “jovem centenária”, a cidade de Presidente Prudente (SP) completou neste domingo, dia 14 de setembro, 108 anos de emancipação. Como forma de celebrar a data, o g1 conversou com especialistas que relembraram como a região cresceu, desde então.
Segundo o historiador Benjamin Resende, quando um dos fundadores da cidade, o Coronel Francisco de Paula Goulart, fez a planta de Presidente Prudente, ele escolheu quatro grandes avenidas com um núcleo: a Praça 9 de Julho, onde fica a Catedral de São Sebastião.
“A Avenida da Estação, que foi presidente Washington Luiz, era a primeira que ele fez, a Avenida Brasil, que é o nome do Brasil dado por ele. Depois, uma outra avenida, José Soares Marcondes, que foi o fundador da Vila Marcondes”, afirmou.
Além das vias já mencionadas, o nome da Avenida Manoel Goulart foi uma homenagem ao pai do fundador da cidade. “Então são quatro avenidas e que deixaram um centro muito bonito, que era o centro praticamente da cidade, que ficou dentro desse quadrilátero”, continuou o historiador.
Início de Presidente Prudente
Eliseu Savério Sposito, professor doutor do Departamento de Geografia da Unesp, relembrou que o primeiro traçado de Presidente Prudente, em 1917, correspondia à Vila Goulart, onde hoje está localizada a área central da cidade.
“As avenidas estruturaram não apenas o centro histórico, mas seus prolongamentos para norte, sul e oeste foram orientando o direcionamento dos futuros loteamentos. A área central foi onde surgiram os primeiros edifícios altos da cidade, nas décadas de 1950 e 1960”, relembrou Eliseu.
Já a Vila Marcondes veio depois, conforme o especialista. “As duas vilas eram separadas pela Estrada de Ferro Sorocabana, que viu o crescimento da cidade, nos primeiros 50 anos, ao longo de seu traçado, sempre no sentido leste-oeste e sul-norte”.
Após um salto de mais de meio século, um dos problemas vivenciados atualmente é que os prolongamentos das avenidas foram feitos com a mesma largura, segundo o doutor em Geografia.
“Isso provoca, em horários de pico e em cruzamentos sensíveis (como na rotatória do museu, no cruzamento entre a avenida da Saudade e a Rodovia Raposo Tavares), diminuindo a fluidez do trânsito”.
Outro ponto observado pelo especialista é a Avenida Coronel Marcondes, em que ela foi sendo prolongada, chegando até o aeroporto, com a mesma largura que teve na implantação, no século passado.
Presidente Prudente (SP)
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Mobilidade urbana
Com o aumento no número de veículos, o trânsito fica cada vez mais denso, como ocorre com todas as cidades médias no Brasil, destacou o professor Eliseu. “Em 2018, havia aproximadamente 0,671 veículos por habitante em Presidente Prudente (ou seja, quase 7 veículos para cada 10 habitantes). Em 2024, o IBGE calculou haver 180 mil veículos em Presidente Prudente (para uma população de 234.083 habitantes)”.
A partir do crescimento da cidade, a criação do Calçadão, em 1970, faz parte da história viva de Presidente Prudente. “Uma rua de pedestres que, em princípio, não foi bem-vista pelos comerciantes, mas hoje se mostra um espaço público importante na área central”, pontuou o especialista.
“Nessa mesma década foi traçado o Parque do Povo, ladeado por duas ruas (chamadas de avenida) estreitas para a necessidade do tráfego (elas poderiam ter sido construídas com largura maior para serem verdadeiras avenidas)”, continuou.
A área verde linear também se tornou importante para o lazer aos prudentinos, entretanto, em diferentes pontos do Parque do Povo, ocorre risco de alagamento, em fortes chuvas.
Para evitar o trânsito, Eliseu sugere: “Uma solução seria proibir o estacionamento ao longo das quatro avenidas para aumentar uma faixa de rolamento”.
Outra ideia, na visão do especialista, para colaborar na mobilidade urbana, seria a “onda verde”, a partir da sincronização dos semáforos de acordo com uma velocidade de 50km. “É um tempo que faria com que os veículos não tivessem que parar em sinais vermelhos, mas sempre se teria um sinal verde pela frente”.
“Outra solução, ainda, seria a construção de viadutos ou túneis nos cruzamentos mais problemáticos”, completou o professor doutor de Geografia na Unesp.
Calçadão de Presidente Prudente (SP)
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Parque do Povo, em Presidente Prudente (SP)
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Presidente Prudente (SP)
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