Dragão-azul e caravelas-portuguesas são encontrados em praia no litoral de SP; saiba os riscos
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Dragão-azul e caravelas-portuguesas assustam moradora em Praia Grande
Arquivo Pessoal/Claudia Corrêa
A esteticista Claudia Corrêa, moradora de Praia Grande (SP), se surpreendeu ao encontrar caravelas-portuguesas (Physalia physalis) e um dragão-azul (Glaucus atlanticus) durante caminhadas à beira-mar. Os animais chamam atenção pela beleza e cores, mas são perigosos e não devem ser tocados, pois podem causar queimaduras na pele. Ela registrou o encontro inusitados (veja acima).
Ao g1, Claudia contou que costuma caminhar na praia do bairro Canto do Forte quase diariamente e, no domingo (23), se deparou com oito caravelas-portuguesas mortas na faixa de areia. “Me assustei porque sei do perigo delas”, relembrou a esteticista.
Ela disse que estava acompanhada da filha e a orientou a não mexer nas caravelas, pois elas podem causar queimaduras graves. “Minha filha queria colocá-las de volta na água e falei que mesmo mortas, não podia colocar a mão”, afirmou.
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Na terça-feira (25), Claudia se deparou com um dragão-azul à beira d’água. No entanto, o animal estava vivo. “Me assustei mais ainda porque vi que é mais raro aqui”, relembrou.
De acordo com ela, o dragão-azul estava se mexendo, mas virado de ponta-cabeça. Desta forma, a mulher usou um chinelo para desvirar o animal, que logo foi levado pelo mar. “Foi o tempo de tirar foto, a água veio e não deu para filmar”, lamentou.
🪼 Espécies
Ao g1, biólogos alertaram que, apesar dos animais chamarem a atenção pela beleza, podem ser perigosos em contato com humanos.
Caravela-portuguesa
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A professora universitária de Ciências Biológicas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Tânia Marcia Costa explicou que as caravelas-portuguesas parecem águas-vivas, mas não são.
"Uma caravela-portuguesa, na verdade, é uma colônia de indivíduos", afirmou, explicando que esses organismos são chamados de pólipos e cada um tem uma função diferente. “O pólipo que a gente vê que parece uma água-viva, que é a parte que fica flutuando, é um pólipo que serve para a flutuação".
Em contrapartida, os pólipos de defesa estão presentes nos tentáculos da caravela-portuguesa e são os responsáveis por liberar uma célula que contém toxina. O biólogo marinho Ricardo Samelo explicou que, em contato com a pele, essa toxina pode causar ferimentos semelhantes a queimaduras.
"Geralmente os sintomas após acidente incluem dor intensa, vermelhidão, coceira e podem, em alguns casos, apresentar sudorese e náuseas". Ele informou que o indicado em casos de acidente é lavar o local com a própria água do mar.
Não se deve lavar lavar com água doce, coçar ou utilizar medicamentos sem prescrição médica. "Geralmente os acidentes não evoluem para quadros graves, mas é sempre bom buscar ajuda médica, principalmente quando o acidente envolve crianças", disse o biólogo.
Dragão-azul
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Samelo explicou que o dragão-azul é uma lesma-do-mar. "O animal chama atenção pela beleza e delicadeza, mas jamais deve ser tocado ou manuseado, pois também possui toxinas", afirmou.
De acordo com ele, o dragão-azul não produz toxina, mas é um molusco carnívoro que se alimenta de animais que possuem toxinas, como as próprias caravelas-portuguesas.
"Por um mecanismo que a gente não sabe ainda, as células urticantes da caravela-portuguesa, que são liberadas e que podem causar algum problema, não disparam (afetam) quando ele come. Então ele guarda nas extremidades dele. Por isso que ele tem aquela coloração azul", explicou Tânia.
Samelo explicou que a presença do dragão-azul nas praias é mais rara, pois, normalmente, estas espécies ficam mais afastadas da costa. "Podem se aproximar quando levados por correntes e marés, ou quando estão buscando alimento", disse.
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