Entenda por que o caos aéreo em SP provocado por vendaval histórico afeta o país todo
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Aeroporto Internacional de Guarulhos é parte essencial da história da cidade
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O vendaval histórico que atingiu a Grande São Paulo nesta semana provocou um grande "efeito dominó" na aviação brasileira. Mesmo com as operações dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos consideravelmente normalizadas nesta sexta-feira (12), o impacto ainda deve se espalhar por aeroportos de todo o país nos próximos dias, inclusive em cidades onde o clima está estável.
Fontes do setor aéreo explicaram ao g1 que a retomada total não pode ser prevista com precisão porque toda a malha aérea brasileira funciona em regime de rotação contínua.
Isso significa que um avião retido em Congonhas leva ao cancelamento do voo seguinte, que, por sua vez, operaria outro trecho em outro estado, criando “cancelamentos em cascata” (leia mais abaixo).
Formação do 'efeito dominó'
O modelo de operação por trechos, usado por todas as companhias aéreas no Brasil, faz com que qualquer interrupção em São Paulo se espalhe automaticamente pelo país.
Uma fonte do setor apontou que, nos últimos dias, têm lidado com muitos casos de pessoas que não conseguem entender por que voos distantes de São Paulo são cancelados. O motivo é justamente o encadeamento da malha.
“Por exemplo, o voo Goiás-Brasília pode ser cancelado e esse mesmo voo iria operar o voo Brasília-Salvador, ou seja, é todo um efeito cascata que gera um cancelamento atrás do outro”, afirma.
Mesmo os voos que seguiriam para outros aeroportos para conexões são afetados. “Um voo que iria operar em direção a um hub e teve seu trecho impactado na etapa anterior acaba implicando em um cancelamento posterior”.
Segundo o especialista, a situação começou a melhorar. “A gente observou, no período da tarde desta sexta-feira (12), abaixar um pouco o volume das filas, o volume de passageiros ali nos terminais dos aeroportos”.
Como São Paulo virou o centro da crise
O caos começou na quarta-feira (10), quando rajadas de vento chegaram a 98,1 km/h na Lapa, na Zona Oeste da capital, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). O fenômeno foi causado por um ciclone extratropical formado no Sul do país e provocou o fechamento temporário de pistas, alternâncias e suspensão de operações.
Desde então, quase 400 voos foram cancelados em Congonhas e Guarulhos. Outros precisaram ser alternados — quando aeronaves são desviadas para aeroportos de apoio, muitas vezes em outros estados.
O grande volume de aeronaves e passageiros retidos resultou em filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e pessoas dormindo nos bancos sem conseguir remarcar seus voos.
A companhia aérea Gol chegou a suspender a venda de passagens na quinta-feira (11) para tentar reorganizar sua malha. A empresa informou que a operação voltou a se normalizar nesta sexta-feira.
O presidente do Grupo Gol, Celso Ferrer, pediu desculpas aos passageiros e afirmou que, em breve, a operação deve ser normalizada. “Na aviação, segurança vem antes de tudo. Infelizmente os impactos ainda serão sentidos nos próximos dias, mas esperamos voltar a operar dentro da normalidade o mais breve possível”.
Operação das principais companhias aéreas
O que diz a Azul?
"A Azul informa que, devido às condições meteorológicas adversas registradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste nos últimos dias, fato totalmente alheio à vontade da Companhia, as operações ainda sofrem impactos em alguns aeroportos do país, em função do sequenciamento das operações e reposicionamento das aeronaves. A Azul trabalha ininterruptamente para regularizar sua malha aérea o mais breve possível, como foco na qualidade do atendimento aos Clientes e na total segurança de sua operação. A Companhia ressalta que os Clientes impactados estão recebendo a assistência prevista na Resolução nº 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em razão do ocorrido, a Azul recomenda que os Clientes com viagem marcada fiquem atentos às notificações enviadas por e-mail, SMS e WhatsApp, além de acompanhar suas reservas no site www.voeazul.com.br ou aplicativo da empresa. Por liberalidade, a Azul também está flexibilizando sua política de remarcação afim de minimizar os impactos aos seus passageiros. Com isso, Clientes com passagens emitidas para os dias 11 e 12 de dezembro poderão alterar suas viagens até o dia 18 de dezembro sem cobrança de taxa de remarcação ou, ainda, se optarem pelo cancelamento do voo, manter o crédito integral do valor pago para utilizar em outra oportunidade, em até 1 ano a partir da data de emissão do bilhete. A Azul lamenta eventuais transtornos e reforça que medidas como essas são necessárias para garantir a segurança de suas operações, valor primordial para a Companhia."
O que diz a Gol?
"A GOL informa que, nesta sexta-feira (12/12), as operações seguem regulares nos aeroportos. Devido às condições meteorológicas adversas no estado de São Paulo – um fator totalmente alheio ao controle da Companhia – alguns voos em todo o Brasil sofram impactos com cancelamentos ou sofreram atrasos no dia 10/12. Como consequência da grande contingência deste evento, novos cancelamentos ou atrasos podem ocorrer ao longo do dia de hoje (12/12). Para maior comodidade, clientes impactados que tenham disponibilidade para alterar seu voo podem fazê-lo sem custos adicionais. A mudança é autorizada dentro da validade do bilhete, mantendo a mesma origem e destino, e não é necessário comparecer ao aeroporto para realizá-la. A GOL reforça que prioriza acomodação de clientes impactados, mas que segue comercializando normalmente os assentos existentes. Caso o Cliente deseje remarcar sua viagem, deve entrar em contato com a Central de Relacionamento da GOL através do chat por meio do site voegol.com.br ou pelo telefone 0300 115 2121".
O que diz a Latam?
"A LATAM Airlines Brasil informa que a sua operação no país segue afetada pelos efeitos da meteorologia adversa registrada nesta semana em parte do sudeste do Brasil, um evento totalmente fora do controle da companhia. A LATAM trabalha 24h por dia com foco na segurança para reorganizar a sua malha aérea em todo o país e atender a todos os clientes, oferecendo flexibilidade para alterações de viagens a quem tinha programado voos com origem, destino ou conexão em São Paulo até o próximo domingo (14 de dezembro). O cliente LATAM que teve o seu voo cancelado poderá alterar seu voo por até um ano sem custo ou solicitar reembolso da passagem dentro desse mesmo período. Já o cliente LATAM que não teve o seu voo com origem, destino ou conexão em São Paulo até o próximo domingo (14 de dezembro) cancelado também pode alterar seu voo para viajar dentro dos próximos 15 dias. Essa alteração deve ser realizada antes da partida do voo original e é uma medida que ajuda a descongestionar os aeroportos e liberar assentos para quem realmente necessita viajar nestas datas. Todos os procedimentos para alteração de voo devem ser realizados na seção Minhas Viagens do aplicativo LATAM ou diretamente no site latam.com. Esse canal digital é rápido, simples, e oferece as mesmas funções do call center.
Hospedagem em São Paulo: clientes que não residem em São Paulo e necessitem de acomodação por conta de voos afetados podem permanecer na fila para atendimento ou reservar seu hotel e transporte por meios próprios. Nesse segundo caso, o cliente deve guardar o seu comprovante de pagamento para que a companhia possa proceder com o reembolso. Basta escrever para a LATAM pelo WhatsApp (+56 9 68250850) e não é necessário fazer isso de imediato."
Situação normalizada em CGH e GRU
Após dias de caos com inúmeros voos cancelados em razão do vendaval na Grande São Paulo, com filas intermináveis nos balcões das companhias aéreas e passageiros dormindo nos bancos sem saber para onde ir, a situação nos aeroportos de Congonhas, na Zona Sul da capital, e o Internacional de São Paulo, em Guarulhos, está sob controle nesta sexta-feira (12).
Até as 9h, nove voos, sendo quatro partidas e cinco chegadas, tinham sido cancelados em Congonhas, segundo a Concessionária Aena. Em Guarulhos, não havia registros de cancelamento.
Painel de partidas canceladas em Congonhas nesta sexta-feira (12) após os ventos atingirem São Paulo
Caio Portari/TV Globo
Falta de energia
A Grande São Paulo segue com 669 mil de imóveis sem energia nesta sexta-feira (12), sendo quase 481 mil só na capital. As informações são da Enel, concessionária que atende a capital e outras 23 cidades da região metropolitana. O número de clientes às escuras passou de 2 milhões na quarta, quando as rajadas de vento passaram de 98 km/h.
A falta de luz também tem impactado o abastecimento de água em vários pontos.
Cancelamentos de voos em aeroportos de Congonhas e Guarulhos levam Gol a suspender vendas nesta quinta.
Segundo o mapa de energia da Enel, 836.720 clientes continuam sem energia na Grande São Paulo até o início da manhã desta sexta. Somente na capital, 591.357 imóveis permaneciam no escuro.
Na quarta-feira (10), as rajadas de vento atingiram a 98,1 km/h na Lapa, na Zona Oeste da capital, segundo medição do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Os ventos fortes de quarta foram efeitos do ciclone extratropical que se formou no Sul do Brasil.
📺👉 Por causa do vendaval que deixou milhares de pessoas sem energia elétrica, os capítulos das novelas da Globo que foram ao ar na quarta estarão disponíveis de forma gratuita no Globoplay. Quem não conseguiu acompanhar na quarta, vai poder ficar em dia com as histórias.
Árvore caiu sobre carro em condomínio na Zona Sul da capital
Arquivo pessoal
Árvore cai na avenida Fábio Prado, na Chácara Klabin, e atinge um carro.
Arquivo pessoal
Árvore caiu na Praça da Árvore, na Zona Sul de SP.
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