Falta de medicação faz paciente de hemodiálise racionar uso: 'Me sinto impotente e revoltado'

  • 15/12/2025
(Foto: Reprodução)
Pacientes alegam falta de remédios para tratamento dos rins em farmácias de alto custo Pacientes da região de Campinas (SP) relatam a falta de uma série de medicamentos destinados para transplantados e uso em hemodiálise na Farmácia de Alto Custo há quatro meses. Sem previsão de quando a situação irá se normalizar, alguns usuários estão racionando a medicação para garantir o tratamento por mais tempo. 💊 De acordo com apuração da EPTV, emissora afiliada da TV Globo, medicações como eritropoetina, sevelamer, paracalcitol, sigmatriol, cinacalcete e sacarato de ferro estão em falta nas prateleiras. Christian Deutsch, que faz quatro sessões de hemodiálise por semana em Campinas, foi um dos pacientes que precisou baixar as doses, mas afirma que é uma questão de tempo para que os "resultados ruins" comecem a aparecerem. "A gente reduz a dose e aí os exames começam a aparecer com resultados ruins. E é uma questão de médio prazo, não é uma questão de curtíssimo prazo. Mas o doente renal não morre na maioria das vezes por causa do rim, ele morre do coração. Então, tudo que envolve essa questão cardíaca é fundamental que o tratamento seja adequado [...] Me sinto impotente, e ao mesmo tempo, revoltado", diz Christian Deutsch. Com falta de medicação de farmácias de alto custo, pacientes de hemodiálise precisam racionar uso de remédios Reprodução/EPTV Racionamento Alessia Mambrini é médica nefrologista de uma clínica particular de Campinas. Na unidade em que trabalha, cerca de 160 pacientes vivem o mesmo dilema que Christian. Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp A profissional da saúde afirma que o racionamento têm sido uma alternativa, já que a falta da medicação acarreta em maiores complicações. "São pacientes que ficam com risco maior de hospitalização, com risco cardiovascular mais elevado. São pacientes que às vezes precisam receber sangue porque falta um medicamento que corrija a anemia", diz. Segundo a médica, nos últimos meses, a equipe tem optado em fracionar medicamentos que chegam da farmácia justamente para "poder estender esse tratamento a todos". "Só que muitos pacientes ficam subtratados. E aí a gente não consegue oferecer um tratamento de qualidade para eles", relata a profissional da saúde. Paciente fazendo hemodiálise, em Campinas (SP). Reprodução/EPTV 30 comprimidos por R$ 1,5 mi Anna Paula Renelt realizou um transplante de rins há 20 anos. Desde o procedimento, a microempreendedora de Holambra (SP) precisa de um medicamento: o cinacalcete. A medicação reduz os níveis de cálcio no sangue, uma condição que atinge pacientes com doenças renais. 💊 Cada caixa com 30 comprimidos custa R$ 1,5 mil. Há um ano, Anna passou a ter acesso a medicação através da Farmácia de Alto Custo do Estado de São Paulo. Entretanto, ela afirma que desde novembro o remédio está em falta, e atualmente, conta com apenas uma caixa de remédios. Como precisa tomar dois comprimidos por dia, em 15 dias ela ficará sem o remédio. "[Sem o remédio], eu posso ter problemas graves nessa parte óssea, na parte de calcificação do corpo, e até a perda do rim transplantado. Eles alegam que, como os exames estão em níveis normais, eu não preciso mais tomar medicação. Só que os exames estão em níveis normais justamente porque eu tomo a medicação. Se eu parar de tomar, ele vai subir, vai descompensar tudo. Então é mais um problema que eu tenho, periodicamente, para comprovar que eu preciso da medicação", relata a Anna. Com falta de medicação de farmácias de alto custo, pacientes de hemodiálise precisam racionar uso de remédios Reprodução/EPTV 'Não tem para onde correr' O advogado Alexandre Gimenes também não consegue acessar a medicação que precisa através da farmácia de alto custo. Sem o tratamento, o paciente relata que os casos vão começar a se agravar. "Isso pode levar até a óbito no futuro [...] [O programa] é fragilizado, porque não tem para quem correr, é um programa do Estado, o Estado que fornece essa medicação, basicamente. Ele que manda produzir. Então, nós não temos para onde correr, tem que depender da farmácia do Estado mesmo", relata. Com falta de medicação de farmácias de alto custo, pacientes de hemodiálise precisam racionar uso de remédios Reprodução/EPTV O que diz o governo de SP? Em nota, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) do Estado de São Paulo informou que os medicamentos Alfaepoetina 4.000 UI, Cloridrato de Sevelâmer, Paricalcitol, Calcitriol, Cinacalcete 30 mg, Sacarato de Ferro foram entregues na última semana na Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) de Campinas. Em relação ao medicamento Alfaepoetina 10.000 UI, o órgão afirmou que encontra-se em processo de distribuição. "A CAF ressalta que opera uma das maiores estruturas logísticas de medicamentos do país, com distribuição mensal superior a 81 toneladas de itens farmacêuticos em todo o Estado, movimentando cerca de R$ 489,2 milhões de unidades. Diante desse volume e complexidade, a coordenação vem conduzindo ajustes operacionais previstos para este período inicial de contrato, mantendo monitoramento contínuo para evitar impactos e assegurar o abastecimento regular das unidades. Com o novo contrato, o Governo de São Paulo avança na descentralização dos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, que permitirá a entrega direta aos municípios. Essa mudança aprimora a logística, reduz custos para as prefeituras", finaliza. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/12/15/falta-de-medicacao-faz-paciente-de-hemodialise-racionar-uso-me-sinto-impotente-e-revoltado.ghtml


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