Família relata dificuldades para repatriar professor brasileiro que sofreu AVCs no México
23/12/2025
(Foto: Reprodução) Professor Wagner de Oliveira Fernandes
Acervo pessoal
A família do professor de história Wagner de Oliveira Fernandes, de Limeira (SP), enfrenta dificuldades para trazê-lo de volta ao Brasil após o educador sofrer acidentes vasculares cerebrais (AVCs) durante uma viagem ao México.
O docente está inconsciente, sedado e entubado, na Cidade do México, e a família tenta reunir recursos para contratar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea.
Esposa de Wagner, a médica Silvana Penachione contou que estava com ele em uma viagem de férias. A intenção do casal era conhecer a história das civilizações pré-colombianas e a história do México.
No entanto, durante a estadia no país, no último dia 9, Wagner sofreu uma arritmia cardíaca. Segundo Silvana, inicialmente, eles foram a um hospital público, que o liberou. Então, acionaram o seguro.
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"Não quiseram fazer um procedimento corriqueiro para converter a arritmia (que fazemos no Brasil) e optaram por um procedimento caro chamado ablação. Porém, após essa ablação (que posteriormente será investigada quando eu chegar no Brasil, com colegas médicos), ele teve um AVC. Cheguei para visitá-lo e, na maca, percebi o AVC. Eu fiz o diagnóstico de AVC dele. Os profissionais do hospital não haviam percebido", contou a médica.
O professor precisou passar por mais dois procedimentos médicos. O casal ficaria no México até o último dia 16.
A família relatou que, agora, enfrenta dificuldades para receber assistência pública na repatriação de Wagner.
Silvana informou que a embaixada disponibilizou apenas auxílio com questões burocráticas, como auxiliar em visto de emergência para outra pessoa ir até o México.
"O governo já sabe de nosso caso e nada é feito. Preciso de ajuda. A UTI móvel custa R$ 650mil. Não posso deixá-lo pra trás e não posso ir pra casa retomar meu trabalho. Estou bastante devastada, nunca pensei em passar por isso", desabafou a esposa.
Wagner é professor em Limeira e Piracicaba
Acervo pessoal
Vaquinha para reunir recursos
Familiares criaram uma vaquinha virtual e, também, uma página no Instagram para divulgar a campanha.
"Estamos fazendo uma vaquinha para tentar trazê-lo de volta. Também buscamos algum apoio das autoridades para essa repatriação. Os valores da UTI aérea são muito altos. Fizemos essa vaquinha que tem mobilizado muita gente, e está muito bonita. Mas é muito difícil chegar ao valor total de cerca de R$ 650 mil", contou uma das filhas de Wagner, a revisora de textos Janaína Mello.
A página em rede social tem reunido depoimentos de uma série de pessoas, entre elas alunos e ex-alunos, em apoio à campanha de arrecadação de fundos e em solidariedade a Wagner, que é professor de ensino médio e cursinho em Piracicaba e Limeira. Ele é lembrado pela filha por seu carisma.
"[Ele é] uma pessoa muito generosa e sempre de bom humor", descreve Janaína.
O que diz o consulado
Em nota ao g1, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil na Cidade do México, informou que tem conhecimento do caso e "presta a assistência consular cabível". No entanto, não foi detalhada a assistência prestada.
"O atendimento consular prestado pelo estado brasileiro é feito a partir de contato do cidadão interessado ou, a depender do caso, de sua família. A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional [...] Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não divulga informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares e tampouco fornece detalhes sobre a assistência prestada a brasileiros", acrescentou.
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