Imersão na Amazônia revela aves raras e encontros especiais

  • 08/12/2025
(Foto: Reprodução)
Expedição entre o Amazonas e Roraima Fábio Barata O biólogo Fábio Barata é um "personagem" conhecido dos observadores de aves no Brasil. Sempre empolgado e alegre na condução de grupos, recentemente Barata participou de uma expedição especial na Amazônia. "A Expedição Amazônia e Roraima nasceu de uma parceria entre o Mochileiros Observação de Aves e a Uiara Birdwatching. Recebi o convite do gerente de operações de observação de aves, Leonardo Destro, para ajudar na montagem do roteiro", revela Barata. Em novembro, a expedição saiu com os observadores de aves Leila Esteves, Viviane De Luccia, Thelma Gatuzzo, Joe Bassi, Sergio Farrabras, Vitor Lauber, Carlos Colzato, Chico Boiani, Eduardo Veríssimo e Evandro Papadopoli. A organização da viagem coube ao próprio Fábio Barata e Stefano Ávila que contaram com a logística e operação de Leonardo Destro, Alessandro Canela , Almir Morganti e Wander Areosa. Ferreirinho-estriado Carlos Eduardo Verissimo "Essa expedição nasceu justamente após nossa saída piloto de maio, onde avaliamos rotas, acessos e as espécies que poderíamos registrar. Nosso roteiro começou no Pier do Uiara, na Ponta Negra, em Manaus, a bordo do Iate Ana Clara, que possui mais de 16 suítes confortáveis", explica Barata. O percurso completo incluiu o Parque Nacional de Anavilhanas, Rio Apuaú , Rio Unini com a chegada ao Rio Branco em Roraima. O retorno se deu com a navegação até o Parque Nacional do Jaú em Barcelos (AM) e volta para Manaus com visita ao Museu da Amazônia, onde a expedição foi concluída. Uma viagem de oito dias de imersão total na Amazônia. Os aventureiros registraram mais de duzentas espécies de aves. O interessante é que em maio, na expedição de definição de roteiro, eles tinham registrado 306 espécies, o que mostra claramente as diferenças entres os ciclos de cheia (novembro) e de seca (maio). Gavião-de-anta Carlos Eduardo Verissimo A lista de mamíferos flagrados é extensa e inclui ariranha, pacarama, macaco-prego, preguiça, mico-de-cheiro, além de répteis como jacareaçu e jacaretinga. Dezenas de mariposas e borboletas também foram fotografadas pelo grupo. "Nossa rotina começava entre 4h e 5h da manhã, dependendo do dia. Tomávamos café cedo e seguíamos em lanchas rápidas até o ponto da trilha. Passarinhávamos até 10h da manhã. Depois retornávamos às lanchas para buscas ativas nas ilhas e margens dos rios — foi assim que conseguimos registrar o raro uiraçu. Nós voltávamos ao iate para o almoço. À tarde navegávamos até o próximo ponto de trilha, observando aves diretamente do deck da embarcação", revela Barata. A observação do barco rendeu flagrantes da harpia (Harpia harpyja), pega-macaco (Spizaetus tyrannus), gavião-de-anta (Daptrius ater), cigana (Opisthocomus hoazin), amarelinho (Inezia subflava), benedito-de-testa-vermelha (Melanerpes cruentatus), andorinha-azul (Progne subis), entre outros. Mas a expedição teve um gostinho a mais para Fábio Barata. O registro do boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) mexeu com os sentimentos do biólogo. Boto-cor-de-rosa Fábio Barata "Minha paixão pelo boto-cor-de-rosa começou em maio, quando vivi uma cena indescritível. Estávamos parados com as lanchas no meio do Rio Negro, próximos ao Parque Nacional de Anavilhanas, depois de uma observação incrível de uma harpia pousada em uma virola. O sol se punha atrás da embarcação, tingindo tudo de um dourado avermelhado. À nossa frente, os botos pulavam e sopravam e em um dos saltos, dois botos cruzaram um de frente para o outro, formando a imagem perfeita de um coração. O pôr do sol, a harpia sobre nós e os botos brincando, parecia que o tempo tinha desacelerado", confessa Barata. Já na expedição de novembro, os observadores estavam visitando uma tribo indígena quando os botos se aproximaram para interagir. Barata que se diz um apaixonado por cetáceos marinhos, ficou encantando com os animais. Uma emoção que veio do conjunto da experiência. Em maio, os botos tinham acrescentado magia ao encontro com a harpia. Em novembro, eles estavam tão próximos que parecia que o tempo tinha parado. Pica-pau-de-colar-dourado Carlos Eduardo Verissimo "Sou uma pessoa naturalmente ansiosa, embora bem menos desde que passei a trabalhar com vida selvagem. Observar os botos me trouxe uma sensação profunda de calmaria, paz e conexão, algo que poucas espécies conseguem despertar, nem mesmo os golfinhos que vejo no mar com tanta frequência. É lindo ver os botos livres em seu território original, mas também causa apreensão saber da contaminação por mercúrio e outros poluentes causada por atividades legais e ilegais. A saúde deles está diretamente ligada à saúde dos rios e isso afeta as futuras gerações desses animais extraordinários", complementa o biólogo. A observação dos botos-cor-de-rosa pode ser feita em toda a região amazônica, especialmente perto de Manaus, onde eles são abundantes. Para quem está no sudeste brasileiro, é possível observar o boto-cinza facilmente em Cananeia no litoral sul paulista. Já em Ilhabela e São Sebastião existem roteiros excelentes para observar baleias e golfinhos. "Ver botos livres, seja no mar ou nos rios da Amazônia é uma experiência que transforma", conclui Fábio Barata que certamente vai guardar essas lembranças por um bom tempo. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2025/12/08/imersao-na-amazonia-revela-aves-raras-e-encontros-especiais.ghtml


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