Motorista de transporte escolar é preso por suspeita de abusar de crianças e adolescentes em Colina
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Motorista de ônibus escolar é preso em Colina, SP, por suspeita de assediar alunas
Um motorista de 68 anos, que atuava no transporte escolar na zona rural de Colina (SP), foi preso temporariamente por suspeita de abusar de crianças e adolescentes.
De acordo com informações da Polícia Civil, estudantes relataram que o homem, identificado como José Antonio Mamprim, se aproveitava da função e de oportunidades em que estava sozinho com as vítimas, para fazer insinuações sexuais e tocar nas pernas das vítimas. Uma delas disse que o suspeito chegou a forçar um beijo e a perguntar se ela tinha vontade de ter relações sexuais com ele.
Detido no último dia 9, após um mandado de prisão expedido pela Justiça, Mamprim foi levado para a cadeia de Colina e deve responder por estupro de vulnerável.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
Até a publicação desta notícia, a reportagem não havia conseguido localizar um advogado de defesa de Mamprim.
Em nota, a Prefeitura informou que o motorista era contratado por uma empresa terceirizada pelo município. Ele atuava há 30 anos no transporte escolar da cidade, segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
"A administração municipal reforça que nenhum motorista atua de forma individual ou direta para a prefeitura. Toda contratação, documentação e responsabilidade operacional são atribuídas às empresas que integram o processo licitatório e executam o serviço conforme as normas estabelecidas."
Van escolar em Colina (SP), onde motorista foi preso por suspeita de abusar de adolescentes
Reprodução/EPTV
Os relatos de abuso
O primeiro relato foi de uma adolescente de 12 anos e chegou ao conhecimento da Polícia Civil no fim de agosto depois que ela descreveu os abusos em uma carta enviada a uma professora na escola.
Em uma escuta especializada com o Conselho Tutelar - um tipo de entrevista específica e realizada com um psicólogo para atender crianças e adolescentes vítimas de violência -, ela mencionou abusos sofridos em 2024, quando ainda dependia do transporte escolar na zona rural, onde morava com a família.
A vítima disse que geralmente era sempre a última a embarcar e que, por isso, acabava sempre se sentando no banco dianteiro, próximo ao motorista, que atende pelo apelido de "Careca". A adolescente contou que, em diferentes ocasiões, também voltava sozinha com o condutor e que, nessas ocasiões, ele tinha um comportamento abusivo.
Segundo ela, o motorista chegou a acariciar as pernas dela, a elogiar o corpo dela e a iniciar conversas de cunho sexual, inclusive mencionando que tinha vontade de ter relações com a vítima e pedindo para que ela descrevesse as características de suas partes íntimas.
A adolescente ainda relatou que, em uma dessas ocasiões que voltava com a van e que teve que permanecer sozinha com o suspeito, levou um beijo na boca forçado pelo motorista, depois que ele disse que a considerava uma filha e lhe pediu um beijo no rosto.
No mesmo relato, a vítima ainda contou que outra estudante de 14 anos também relatou ter sido acariciada nas pernas, bem como mencionou que o motorista tinha o hábito de elogiar as meninas que eram transportadas por ele.
Ouvidas, as mães das duas vítimas afirmaram à polícia que as filhas tiveram mudanças de comportamento e precisaram de acompanhamento psicológico. A adolescente de 12 anos, inclusive, teve episódios de autolesão, por conta da sensação de nojo em função dos abusos sofridos, segundo os depoimentos.
Motorista do transporte escolar de Colina, SP, é suspeito de assédio contra estudantes adolescentes
Divulgação
O pedido de prisão temporária
Com base nessas denúncias, a Polícia Civil iniciou as investigações e identificou Mamprim como o motorista apelidado de "Careca" mencionado pelas adolescentes.
No início de outubro, as autoridades instauraram um inquérito e apresentaram à Justiça um pedido de prisão temporária contra ele.
Entre as justificativas apresentadas, a Polícia Civil argumentou que, além de haver indícios de que as práticas abusivas eram reiteradas e risco de o suspeito constranger mais vítimas, existia o perigo de o suspeito comprometer as investigações se permanecesse em liberdade.
Em 9 de outubro, a Justiça aceitou o pedido e expediu o mandado de prisão por 30 anos, cumprido no mesmo dia pelas autoridades de Colina.
Mamprim foi preso em uma casa no bairro Cohab III, sem resistir à ação policial, e foi levado para a cadeia pública do município, onde permanece à disposição da Justiça.
As investigações prosseguem na Polícia Civil, que tenta identificar mais vítimas.
Violência e abuso sexual infantil: veja os sinais e saiba como proteger as crianças
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
