Pobreza Menstrual: escola oferece absorventes para adolescentes em situação de vulnerabilidade no interior de SP

  • 09/11/2025
(Foto: Reprodução)
Estudo revela que mulheres faltam da escola ou do trabalho quando estão menstruadas Uma escola estadual de São José do Rio Preto (SP) criou maneiras de falar sobre menstruação com mais naturalidade e empatia. Nas rodas de conversa, as alunas têm a oportunidade de tirar dúvidas com professores e profissionais da saúde, criando um espaço seguro para compartilhar experiências. Além das atividades educativas, em dois locais da escola, há estoque de absorventes, caso as alunas em situação de vulnerabilidade precisem. A pobreza menstrual interfere na liberdade de adolescentes e mulheres, podendo gerar prejuízo psicológico e problemas sérios de saúde física. 📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Durante os encontros, as estudantes são incentivadas a falar sobre o próprio corpo, entender o ciclo menstrual e desconstruir preconceitos que ainda cercam o assunto. A proposta é tratar a menstruação como um processo biológico comum e não como algo vergonhoso. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM Em entrevista à TV TEM, o diretor da escola, Denis Vander Rocha, comentou que o diálogo é o primeiro passo para quebrar tabus que atravessam gerações. “A falta de informação é um problema, e a falta do produto [absorvente] também é outro problema. Existem relatos de meninas que, nesse período, não vêm para a escola porque não têm o absorvente. Apesar da orientação de que é uma coisa fisiológica e comum a todas as mulheres, ainda há esse tabu, essa resistência, há a vergonha. Por isso, procuramos deixar onde há mulheres”, comenta. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM Aos dez anos, Rayssa Abraão Ignácio menstruou pela primeira vez. A infância marcada por dificuldades financeiras traz lembranças de situações que ela não gostaria de ter vivido. Mesmo que para muitas mulheres ter acesso ao produto seja algo corriqueiro, para a dona de casa fazia falta durante sua adolescência. À reportagem, ela explicou que ir para a escola sem ter o absorvente adequado era um desafio. "A minha família é muito humilde. Então, a gente não tinha dinheiro para comprar absorvente. Minha mãe usava pano velho e costurava atrás do papel de arroz, aí eu ia para a escola. Às vezes, quando não tinha pano, eu precisava faltar ou perguntava se alguma vizinha tinha para emprestar. Quando não, pegava jornal ou papel para usar. Eu ficava com medo de manchar a minha roupa, alguém olhar e falar alguma coisa ", relembra Rayssa. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM A médica ginecologista Vanessa Goulart alerta que a utilização de materiais inadequados ao longo do período menstrual pode trazer riscos à saúde da mulher. “O uso de materiais inadequados para o cuidado pode levar a infecções genitais. Algumas meninas usam pão, folhas e tecidos sujos. Nas escolas, não há acesso à água encanada para lavar as próprias mãos e para se higienizar caso haja um transbordamento de sangue desses materiais já inadequados. A gente vê um absenteísmo grande nas escolas e no trabalho também”, comenta a médica. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM Dificuldade comum no Brasil Essa é uma realidade presente em todo o país. Um estudo feito pela Unicef mostrou que seis a cada dez jovens brasileiras já deixaram de ir à escola ou ao trabalho porque estavam menstruadas. Das 2,2 mil entrevistadas na pesquisa, 19% alegaram não ter dinheiro para comprar absorventes e 37% têm dificuldades de acesso a itens de higiene em escolas ou locais públicos. Esses números caracterizam um problema socioeconômico que tem nome: "pobreza menstrual", ou seja, a falta de acesso a itens básicos de higiene durante a menstruação, por falta de poder aquisitivo ou de informação. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM Na pesquisa da Unicef, 77% das jovens disseram que já sentiram constrangimento em escolas ou lugares públicos por menstruarem e quase a metade nunca teve aulas ou palestras sobre o tema. Embora os números retratem o problema, a oficial de participação de adolescentes da Unicef Brasil, Gabriela Mora, explicou que existem poucas políticas públicas voltadas ao tema. “É preciso fornecer às meninas e mulheres todos os insumos necessários para garantir sua dignidade nesse período em que todas passam e que é natural. Para que possam ocupar espaços de liderança, praticar esportes, ir à praia e à piscina e também trabalhar sua própria educação sobre o tema, para que as escolas o abordem de maneira saudável, ajudando não só as meninas, mas os meninos também, a entender que isso não é motivo de vergonha. É preciso apoiar as meninas e mulheres nesse período menstrual para que elas não tenham seus direitos violados ou menos direitos que ninguém”, comenta Gabriela. Pobreza Menstrual: escola distribui gratuitamente absorventes para adolescentes do interior de São Paulo Reprodução/TV TEM Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2025/11/09/pobreza-menstrual-escola-oferece-absorventes-para-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade-no-interior-de-sp.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Morena

Luan Santana

top2
2. MEU PEDAÇO DE PECADO

João Gomes

top3
3. Vida Louca

MC Poze do Rodo

top4
4. Baby Me Atende

Matheus Fernandes e Dilsinho

top5
5. Liberdade Quando o Grave Bate Forte

Alok, MC Don Juan e DJ GBR

Anunciantes