Prefeitura de Sorocaba atrasa R$ 13 milhões em repasses ao hospital Gpaci
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Câmara de Sorocaba aprova requerimento pedindo explicações por atrasos em repasses do SUS
Os repasses em atraso da Prefeitura de Sorocaba (SP) para o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) chegam a R$ 13 milhões. As informações foram confirmadas à TV TEM nesta terça-feira (9) pela própria instituição.
De acordo com o hospital, o principal convênio mantido com a prefeitura sofre com atrasos nos pagamentos de fonte municipal.
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“Em reunião realizada em 4 de dezembro de 2025, a diretoria do Gpaci esteve com o prefeito em exercício e com as secretarias de Governo e da Saúde, que se comprometeram a organizar um cronograma de pagamentos semanais e a honrar os compromissos gradativamente com o hospital”, informou a instituição.
Hospital Gpaci, em Sorocaba (SP)
Reprodução/TV TEM
O Gpaci garante que, apesar do cenário, nenhum atendimento foi interrompido. “A instituição opera com mais de 90% de ocupação de leitos e reforça seu compromisso com a continuidade e qualidade da assistência.”
O hospital é referência no atendimento infantojuvenil e reúne uma ampla gama de serviços, incluindo diagnóstico e tratamento do câncer, quimioterapia, internações clínicas e cirúrgicas, exames e ambulatórios de especialidades pediátricas.
Outros atrasos
O Gpaci não é a única instituição a relatar problemas. Conforme discussão na Câmara de Sorocaba, entidades como a Santa Casa e o Hospital Santa Lucinda também enfrentam atrasos. O total de repasses em aberto, segundo documento da vereadora Iara Bernardi (PT), é de R$ 50 milhões.
A Santa Casa argumentou que houve mudança na forma dos repasses, feita em comum acordo. O Hospital Santa Lucinda não comentou o caso.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Sorocaba afirmou que todos os serviços de saúde seguem em pleno funcionamento, sem prejuízo aos usuários da rede municipal.
“Desde que assumiu a Administração, o prefeito Fernando Martins da Costa Neto determinou uma análise completa de todos os contratos, convênios e repasses realizados pelo Município, inclusive na área da saúde, a fim de garantir total transparência, regularidade e eficiência no uso dos recursos públicos”, disse em nota.
A prefeitura acrescentou que “os pagamentos e ajustes necessários estão sendo conduzidos de forma responsável e dentro dos trâmites legais”. O governo municipal finaliza a nota afirmando que "eventuais divergências administrativas identificadas na fase de revisão contratual serão tratadas diretamente com cada instituição, sem comprometer a continuidade dos serviços prestados à população.”
Sobre o requerimento aprovado na Câmara, a administração municipal informou que ainda não recebeu as solicitações e que, quando forem encaminhadas, prestará as informações.
CPI
A crise nos repasses ocorre em um momento de forte instabilidade política e administrativa na cidade. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) está em andamento na Câmara de Sorocaba para investigar irregularidades na saúde municipal.
Os trabalhos da CPI são um desdobramento da "Operação Copia e Cola", da Polícia Federal, que apura um suposto esquema de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro em contratos da saúde. A operação levou ao afastamento do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) em novembro deste ano.
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